quarta-feira, 20 de maio de 2009

As precauções antes da viagem de intercâmbio

Essa é uma viagem de investimento tanto para a carreira, quanto para a vida. Mas para mergulhar no idioma lá fora é preciso muito planejamento aqui do Brasil.

Você pediu e o Jornal Hoje atendeu. O Jornal Hoje vai exibir uma série de reportagens sobre intercâmbio e explicar tudo para quem sonha estudar no exterior. Essa é uma viagem de investimento tanto para a carreira, quanto para a vida. Mas para mergulhar no idioma lá fora é preciso muito planejamento aqui do Brasil. Idades, estilos diferentes, mas algo em comum. Todos querem aprender a falar bem inglês. “Você não precisa falar inglês como um inglês ou inglês como um americano, mas você precisa soar claro o suficiente para que um nativo possa te entender”, diz Daniel Martin, coordenador pedagógico. 
Fernanda acha que só vai conseguir chegar nesse nível se fizer as malas. Ela tem 23 anos e vai interromper os estudos na faculdade por um ano para fazer um novo investimento, pessoal e profissional. Vai passar uma temporada nos Estados Unidos, estudando inglês, morando com uma família americana e cuidando dos dois filhos do casal. 
Antes de embarcar, ela ainda precisa de uma permissão do Detran para dirigir fora do país e do visto, que só é emitido pelo consulado americano de uma entrevista. A gerente da Agência de Intercâmbio também da uma mãozinha para questões práticas. Fernanda não precisa levar o guarda-roupa todo. Quem vai viajar tem que ficar de olho no clima do país para onde está indo. Os casacos são um detalhe importante. 
“Você chegando lá, você vai ter que comprar casacos adequados. Não vale a pena você ocupar lugar na sua bagagem com casacos pesados, nada disso, porque não vai segurar com um casaco daqui um inverno em Nova York, por exemplo”, diz Luiza Vianna, gerente de agência. 
Outra dica: optar por calçados confortáveis e ser bem criterioso para que a mala não vire um trambolho. “O essencial é realmente levar pelo menos um par de tênis, um ou dois”, diz a gerente. E há outras recomendações: remédios só com as receitas. Evite levar muitos objetos de higiene pessoal como xampus e sabonetes. Eles pesam na mala e podem não ter o efeito desejado por causa do clima e da água de cada país. 
Não esqueça de levar uns presentinhos do Brasil e também alguma coisa que ajude a matar as saudades de quem ficou. “Vou levar esta toalha do Brasil que eu pretendo pendurar no meu quarto.” 
Cruzar a porta de embarque é um passo importante. Para que você não volte só com fotos bonitas e boas histórias para contar, é preciso pensar em cada detalhe bem antes de embarcar. A transição entre esses dois mundos requer planejamento. É preciso definir seu perfil e descobrir exatamente o que você quer fazer. 
“Não adianta a gente pegar uma pessoa que não quer saber de surf e mandar ela para a praia porque ela não vai se dar bem ali”, diz José Carlos Hauer, empresário. 
A maioria dos brasileiros busca no intercambio uma oportunidade de aprimorar o inglês. Os destinos mais comuns são Estados unidos, Inglaterra e Canadá. Há quase 40 anos, uma agência envia estudantes brasileiros para o exterior. Os preços ficaram mais acessíveis, apesar da variação cambial. 
O valor de um curso de um mês, com hospedagem em casa de família, varia de acordo com o país e a cidade. Mas há um custo mínimo, que não inclui a passagem de avião “R$ 4.000 você faz uma viagem, R$ 4.000 você passa um mês.” 
Para economizar, evite as cidades maiores e capitais. Planeje tudo com pelo menos seis meses de antecedência para conseguir bons descontos. Faça exames médicos e odontológicos para não arcar com despesas desnecessárias. Deixe tudo organizado aqui para falar com a família via internet. Se você não tiver computador, use os das escolas. A maioria oferece acesso gratuito. 
Com mais de 20 anos dedicados a ensinar inglês aos brasileiros em São Paulo, Martin diz que é necessário se preparar pelo menos um ano antes de tomar a decisão. “Não vale a pena você investir tempo e dinheiro quando seu inglês é muito básico”. 
Fernando escolheu um país verde-amarelo e com um clima bem parecido com o do Brasil. Aperfeiçoou o inglês por três meses na Austrália. E para quem já tinha cruzado o oceano não custava nada dar uma volta ao mundo. 
“Comecei pela Tailândia, fui fazendo Camboja, Vietnã, Malásia, Cingapura, e também na Índia, Botsuana e Zâmbia”, diz Fernando Camargo, advogado. Essa aventura também tinha um objetivo muito claro. “Que ela mostre para o meu futuro empregador um certo grau de independência, uma pessoa que vai enfrentar desafio”, diz ele. 
Kelly também resolveu se jogar no mundo. E arriscou. Juntou R$ 20 mil para sair da periferia de São Paulo e investir numa viagem a Londres. “É um sonho de adolescente. Só que meus pais nunca tiveram condições financeiras para fazer um curso de colegial no exterior”, diz ela. 
Quando essa reportagem foi gravada, há duas semanas, a jovem de 25 anos, ainda tinha muitos medos a superar antes de desbravar o velho continente. “Comecar pela imigração, ah, será que vai dar certo, será que eu vou passar. Fico com medo de chegar lá e dar um branco assim no inglês, e agora como é eu vou me virar aqui”, diz Keli Rodriguez, jornalista. 
A Keli já viajou e amanhã a gente vai mostrar como é que ela está se virando em Londres. E nossos repórteres contam quais são as vantagens de se estudar na capital inglesa.


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