quinta-feira, 21 de maio de 2009

Confira os encantos da capital inglesa

Para muitos estudantes, a chegada a Londres é a realização de um sonho. A capital britânica encanta aqueles que querem aprender ou aperfeiçoar o idioma inglês.
Estudar e trabalhar no exterior. O Jornal Hoje mostra uma série de reportagens especiais sugeridas por nossos telespectadores. E nossa equipe de Londres preparou uma espécie de manual para evitar que o sonho se transforme numa grande frustração. Mas quem foi, garante: viver na capital inglesa vale cada centavo investido.
Depois de onze horas de viagem, o destino finalmente diante dos olhos. Para muitos estudantes, a chegada a Londres é a realização de um sonho. Musicais, cinemas, bares da moda, shows com artistas de todos os tipos, para todos os gostos. A capital britânica encanta aqueles que querem aprender ou aperfeiçoar o idioma inglês. 

Mas inglês nem sempre é a língua mais falada na metrópole com a maior diversidade cultural do mundo. Saber evitar os grupinhos de brasileiros, não dividir moradia com conterrâneos, eis a primeira lição que os recém chegados precisam aprender, sob o risco de voltarem ao Brasil com um português tinindo de bom e o inglês sofrível. 

“Consegui aprender um pouco o inglês, o que não foi fácil, e agora já tenho o básico. E me comunicar com as pessoas, que no começo era muito difícil”, diz Noeli dos Santos, estudante. 

Morar com uma família inglesa pode ser a solução para a necessária interatividade. Geralmente é com a família que o estudante pratica o que aprendeu na sala de aula. O custo por um quarto numa casa tipicamente londrina fica ao redor do equivalente a R$ 500 por semana. Inclui café da manhã e jantar. Comida tipicamente inglesa, quem nem todos os estômagos aceitam. 

“No começo a comida foi bem complicada porque eu morei numa casa de família por um certo tempo, então os costumes são totalmente diferentes do que no Brasil. No começo foi um choque”, diz Rocco Dias, universitário. 

Outra boa ideia, segundo muitos estudantes, é aproveitar que o visto dá direito a até 20 horas de trabalho por semana, para arranjar um "trampo". 

Edelton trabalha num pub como faxineiro e garçom. Recebe o equivalente a R$ 20 por hora. E ainda pode morar no alojamento dos funcionários, no andar de cima. Ele diz que o dinheiro ajuda na manutenção em Londres. E o trabalho, no aprendizado da língua. 

“Na escola, você vai aprender a gramática, mas você não pratica. Então, você fica meio travado no inglês. Então, você trabalhando tem o convívio, você sempre tá praticando”, diz Edelton de Sousa, estudante. 

O trabalho geralmente é atrativo, mas só se o estudante compara o salário daqui com os valores no Brasil. Afinal, uma libra vale mais de R$ 3. O problema é ganhar aqui e gastar aqui - onde tudo é mais caro também. 

Muita gente acaba vindo pra fazer um curso barato, de pouco ou nenhum resultado, só pra poder trabalhar e mandar o dinheiro pra casa. Uma mutreta que acabou chamando a atenção das autoridades. 

Até o fim de março deste ano, entrar na Grã-Bretanha como estudante era relativamente fácil. Bastava apresentar os documentos da escola, a matrícula, pra receber um visto de pelo menos seis meses. Só que muitos pseudo alunos passsaram a usar essa facilidade pra conseguir o visto e depois ficar aqui por tempo indeterminado. 

As autoridades britânicas perceberam o jeitinho brasileiro e decidiram mudar a lei, pra pior. Ficou muito mais difícil entrar no país pra estudar. A nova lei exige que o aluno já chegue com pelo menos noções de inglês. O estudante tem que ter 800 libras para cada mês de permanência no Reino Unido, até o teto de 7.200 libras, o necessário para se manter por nove meses. A partir daí, mesmo que a estadia seja mais longa, não é preciso comprovar recursos adicionais.

 

O dinheiro não precisa estar despositado em conta corrente britânica. A única obrigatoriedade é que os recursos estejam depositados em nome do próprio estudante. O visto de estudante deve ser requerido antes da viagem, nos consulados britânicos no Brasil, e não mais na chegada. As escolas devem fornecer cópias das listas de presença e dos boletins dos alunos ao departamento de imigração, para comprovar a frequência na sala de aula. Caso contrário, o visto é cassado. 

Pelas contas da Abras, Associação de Brasileiros na Inglaterra, 250 mil brasileiros vivem aqui. A maioria entra com visto de estudante. Muitos sem noção das dificuldades que terão pela frente. “A distância da família, a distância dos amigos que lá ficaram, vai somando ao quadro psicológico da pessoa de solidão, e isso acaba tendo o dobro do peso que talvez tivesse”, diz Carlos Mellinger, presidente da Abras. 

Aprender uma nova língua, descobrir novas culturas, ampliar horizontes. Por mais difícil ou caro que seja, todos os estudantes concordam: levada a sério, planejada com cuidado e com os pés no chão, a experiência vale a pena. E certamente fará diferença na vida pessoal e profissional. 

E ontem nós mostramos aqui uma brasileira que passou a vida economizando para estudar em Londres. A entrevista foi gravada na véspera da Keli embarcar e ela, claro, estava muito nervosa. Nós conversamos com ela pela internet. Vamos ver como foi a chegado ao aeroporto. 

Keli: Eu tive de ostra o quanto de dinheiro eu estava levando, o quanto que eu tinha em conta, se eu era casada, se eu tinha filhos, o que é que eu fazia, mas enfim, acabei me saindo bem, e no fim até recebi um obrigado em português. 

Jornal Hoje: Você quer aproveitar e mandar um recado pra sua família aqui no Brasil? 

Keli: Beijo pai, beijo mãe, um grande beijo pro namorado também, né?

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